Como o colesterol
"ruim" pode não ser tão ruim assim e te ajudar a ganhar músculos
São sabidos os problemas causados quando os valores do colesterol e
triglicerídios se elevam acima do normal, havendo risco de acumulação dessas
gorduras nos tecidos e principalmente nos vasos sanguíneos, causando doenças
cardíacas, como cardiopatia isquêmica e enfarte do miocárdio, e, caso haja
redução do fluxo sanguíneo no cérebro, pode causar até um acidente vascular
cerebral.
No entanto, não há apenas o lado ruim do colestrol. Ele
é importante constituinte das membranas celulares, participa da produção de
hormônios, da fabricação de vitamina D, do transporte de gordura do intestino
para o fígado, músculos e tecido adiposo e é vital para a formação e estrutura
das células do nosso organismo.
Mas vamos falar hoje de um desses pontos positivos do colesterol em
particular: o anabolismo.
Se você está
com o colesterol acima da faixa ideal, além de uma dieta apropriada, você deve
fazer exercícios físicos intensos. Pesquisas mostraram que treinos com
peso moderado parecem não afetar os níveis de colesterol no sangue, mas treinos
pesados induzem a uma redução DRÁSTICA nos níveis de colesterol em 2 horas (!),
podendo a queda durar por vários dias. Isso acontece devido a uma absorção
acelerada de colesterol pelo músculo esquelético. Quer dizer, as fibras musculares
precisam de mais colesterol para se recuperar e CRESCER.
Mas que diabos é colesterol, né?
Colesterol é um tipo de gordura, de dois tipos: o "colesterol
bom" (HDL) e o "colesterol ruim" (LDL):
* lipoproteínas de baixa densidade (Low Density Lipoproteins ou LDL): acredita-se que são a classe
maléfica ao ser humano, por serem capazes de transportar o colesterol do fígado
até as células de vários outros tecidos. Nos últimos anos, o termo (de certa
forma impreciso) “colesterol ruim” ou “colesterol mau” tem sido usado para
referir ao LDL que, de acordo com a hipótese de Rudolf Virchow, acredita-se ter
ações danosas (formação de placas arteroscleróticas nos vasos sanguíneos).
* lipoproteínas de alta densidade (High Density Lipoproteins ou HDL): acredita-se que são capazes de
absorver os cristais de colesterol, que começam a ser depositados nas paredes
arteriais (retardando o processo arterosclerótico). Tem sido usado o termo
“colesterol bom” para referir ao HDL, que se acredita que tem ações benéficas.
Steve Riechman, um pesquisador da Universidade do Texas, em um trabalho
conjunto com colegas da Universidade de Pittsburgh, chegou à conclusão que o
chamado “colesterol ruim” não é tão ruim assim. O estudo investigada o impacto
do colesterol nos treinamentos de hipertrofia. O estudo foi feito com 52 idosos
(que naturalmente tem mais dificuldade de ganhar massa muscular), mas as
conclusões foram aplicadas também para jovens.
Riechman separou grupos amostrais e, por 12 semanas, os observou fazendo
treinamento intenso com pesos. Os participantes que ganharam mais
massa muscular foram os que tinham níveis mais altos de LDL (colesterol
“ruim”). No grupo cujo consumo de colesterol foi inferior a 3.5mg por kg
de massa magra, pouca hipertrofia foi detectada e a força aumentou apenas 36%.
No grupo cujo consumo de colesterol foi superior a 5.7mg/kg, o aumento de massa
muscular foi, em média, de 2.1kg, com aumento de força de até 86%!
É sabido que se precisa ter uma certa quantidade de LDL para ganhar
massa muscular. Não há dúvidas de que precisamos tanto do LDL quanto do HDL e
que seria impossível remover todo o colesterol “ruim” do nosso corpo sem que
graves problemas ocorram.
Alimentos com alto teor de colesterol
|
Ingredientes
|
Colesterol
(mg/100g)
|
Ingredientes
|
Colesterol
(mg/100g)
|
Ingredientes
|
Colesterol
(mg/100g)
|
|
Gema
de ovo
|
1500
|
Rosbife
|
164
|
Frango
|
98
|
|
Caranguejo
|
565
|
Camarão
|
163
|
Lombo
de porco
|
98
|
|
Ovo
|
463
|
Queijo
suíço
|
145
|
Quibe
|
80
|
|
Fígado
|
320
|
Queijo
prato
|
140
|
Peixe
frito
|
70
|
|
Carne
gorda
|
289
|
Queijo
cavalo
|
140
|
Salmão
|
69
|
|
Manteiga
|
250
|
Mozarela
|
140
|
Mortadela
|
60
|
|
Banha
|
243
|
Lingüiça
|
123
|
Salsicha
|
59
|
|
Sardinha
|
220
|
Carne
magra
|
123
|
Maionese
|
50
|
|
Queijo
provolone
|
194
|
Presunto
|
105
|
Brigadeiro
|
39
|
|
Queijo
parmesão
|
193
|
Queijo
minas
|
100
|
Bacon
|
39
|
Então vamos lá, se você está querendo ganhar massa muscular, a
estratégia é assegurar que os músculos terão todo o colesterol que precisam
considerando que haverá uma queda natural nos níveis por conta do exercício
físico intenso com pesos, mas que essa queda deve ser parcialmente suprida, prevenindo
um atraso na recuperação muscular. É claro que isso deve ser feito com
acompanhamento de um profissional, tendo em vista os efeitos maléficos do
colesterol em excesso.
Então é isso, gente, vamos pensar antes de descartas as gemas dos ovos!
Além de colesterol, a gema do ovo contém omega-3 na
forma de DHA, que é a mesma gordura saudável encontrada nos peixes como o
salmão. O DHA é essencial para melhorar a comunicação entre as células e o
sistema nervoso, é boa para o cérebro, para o funcionamento dos olhos e para o
controle de gorduras no sangue. Deficiência de ômega-3 pode resultar em danos
nas juntas, gerar perda muscular, entre outros problemas.
Outro nutriente muito importante da gema é a
lecitina, que melhora a dinâmica da membrana da célula, que seleciona o que
entra e saí da célula. Ela também ajuda a controlar os níveis de gordura e
colesterol e melhora o sistema gastrointestinal. Um indivíduo adulto precisa de
cerca de 6g de lecitina por dia, uma gema contém mais ou menos 1g.
Precisa de mais argumentos pra deixar pelo menos
uma gema no seu omelete?
Fonte: BC

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